Pergunta:
1-) Em sua opinião, há alguma relação entre o que vivenciamos atualmente em nosso país e a estrutura social francesa do século XVIII ( em relação à classe que paga tributos, que obtém privilégios,..) Justifique sua resposta.
Boa prova
Profº Galardão Justino das Porra
1-) Em sua opinião, há alguma relação entre o que vivenciamos atualmente em nosso país e a estrutura social francesa do século XVIII ( em relação à classe que paga tributos, que obtém privilégios,..) Justifique sua resposta.
Boa prova
Profº Galardão Justino das Porra
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Resposta:
Da França de Robespierre ao Brasil de Lula
Roberto Blatt
A França do século XVIII vivia um período revolucionário intenso, provavelmente um dos maiores da história. O Brasil do começo do século XXI não está nem perto de qualquer tipo de convulsão social.
Nos começos do Iluminismo as condições de vida da maioria da população francesa eram extremamente precárias e comparáveis às da população brasileira que vivia abaixo da linha de pobreza até o final dos anos 90. Entretanto, como é sabido as políticas públicas atacaram esse problema frontalmente. Se não foi extinta, a pobreza absoluta diminuiu drasticamente nos últimos anos.
Talvez a cobrança de impostos esteja num patamar próximo àqueles praticados na época do Rei Sol, não sei. Porém, pagar impostos para uma monarquia absolutista é completamente diferente de pagar para um Estado democrático de direito, onde a participação da sociedade e a opinião pública educam a população, ainda que de maneira incipiente, a vigiar os gastos e investimentos sociais.
A vigilância contra a corrupção já é uma prática cidadã, embora ainda esteja longe de efetivamente extinguir essa parasitagem social. Mas a comparação de meros números de impostos pagos é uma ilusão que não mostra os devidos contornos históricos, completamente diferentes entre a Tomada da Bastilha e a eleição de um presidente social-democrata-populista (poderia acrescentar ex-trabalhador, o primeiro da história brasileira).
Sendo colonizados por uma corte européia, suponho que a tradição tributária seja muito parecida com as praticadas na França monarquista. Entretanto, há muita sonegação de impostos no Brasil e muita reclamação indevida patrocinada nos meios de comunicação por grandes empresas corruptas e que não têm senso de dever social uma vez que existem várias benesses das quais desfrutamos, e que só existem por conta dos impostos e que jamais, grife-se, jamais seriam ofertadas por empresas privadas. Aliás, empresas que muitas vezes reclamam da carga tributária, sonegam impostos e ainda utilizam dinheiro público.
Ao longo de toda a história brasileira as elites sempre se lambuzaram e ainda se esbaldam, em polpudas fatias de dinheiro público por meio de subsídios honestos e desonestos e não se conformam que 0,07% da arrecadação seja destinada a alimentar famílias pobres e nascidas no mais completo abandono.
A nobreza francesa da época, corrupta e parasita são as nossas oligarquias empresariais de hoje.
...
P.s.: acabo de receber um e-mail de uma senhora que se negou a contribuir com o programa Criança Esperança, que aliás é uma forma de a Rede Globo sonegar impostos, segundo a autora. Tem razão, mas discordo num único ponto: diz ela que em torno de 27% da sua renda é usurpada pelo Estado que investe mal e sustenta corruptos, e que o filho dela perde aulas de tênis por causa disso. Proponho que toda a renda existente fique com cada família, assim elas podem se responsabilizar por montar um mini-Estado e cuidar de suas ruas, segurança, comércio, comunicações, importações e exportações e construir uma fortaleza em infraestrutura local, investir em pesquisas de saúde pública, produção cultural, organizar o carnaval, montar escolas próprias, etc, etc. (tomara que minha ironia funcione, porque logicamente a idéia é absurda)
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Nos começos do Iluminismo as condições de vida da maioria da população francesa eram extremamente precárias e comparáveis às da população brasileira que vivia abaixo da linha de pobreza até o final dos anos 90. Entretanto, como é sabido as políticas públicas atacaram esse problema frontalmente. Se não foi extinta, a pobreza absoluta diminuiu drasticamente nos últimos anos.
Talvez a cobrança de impostos esteja num patamar próximo àqueles praticados na época do Rei Sol, não sei. Porém, pagar impostos para uma monarquia absolutista é completamente diferente de pagar para um Estado democrático de direito, onde a participação da sociedade e a opinião pública educam a população, ainda que de maneira incipiente, a vigiar os gastos e investimentos sociais.
A vigilância contra a corrupção já é uma prática cidadã, embora ainda esteja longe de efetivamente extinguir essa parasitagem social. Mas a comparação de meros números de impostos pagos é uma ilusão que não mostra os devidos contornos históricos, completamente diferentes entre a Tomada da Bastilha e a eleição de um presidente social-democrata-populista (poderia acrescentar ex-trabalhador, o primeiro da história brasileira).
Sendo colonizados por uma corte européia, suponho que a tradição tributária seja muito parecida com as praticadas na França monarquista. Entretanto, há muita sonegação de impostos no Brasil e muita reclamação indevida patrocinada nos meios de comunicação por grandes empresas corruptas e que não têm senso de dever social uma vez que existem várias benesses das quais desfrutamos, e que só existem por conta dos impostos e que jamais, grife-se, jamais seriam ofertadas por empresas privadas. Aliás, empresas que muitas vezes reclamam da carga tributária, sonegam impostos e ainda utilizam dinheiro público.
Ao longo de toda a história brasileira as elites sempre se lambuzaram e ainda se esbaldam, em polpudas fatias de dinheiro público por meio de subsídios honestos e desonestos e não se conformam que 0,07% da arrecadação seja destinada a alimentar famílias pobres e nascidas no mais completo abandono.
A nobreza francesa da época, corrupta e parasita são as nossas oligarquias empresariais de hoje.
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P.s.: acabo de receber um e-mail de uma senhora que se negou a contribuir com o programa Criança Esperança, que aliás é uma forma de a Rede Globo sonegar impostos, segundo a autora. Tem razão, mas discordo num único ponto: diz ela que em torno de 27% da sua renda é usurpada pelo Estado que investe mal e sustenta corruptos, e que o filho dela perde aulas de tênis por causa disso. Proponho que toda a renda existente fique com cada família, assim elas podem se responsabilizar por montar um mini-Estado e cuidar de suas ruas, segurança, comércio, comunicações, importações e exportações e construir uma fortaleza em infraestrutura local, investir em pesquisas de saúde pública, produção cultural, organizar o carnaval, montar escolas próprias, etc, etc. (tomara que minha ironia funcione, porque logicamente a idéia é absurda)
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13 comentários:
CARO RUBA, ME PERMITA DISCORDAR DE VOCÊ, QUANDO APRESENTA O SETOR EMPRESARIADO ATUAL, COMO SENDO A CÓPIA DAS ELITES DE OUTRORA, CAUSADORAS DE DESVIOS, ROUBOS E INJUSTIÇAS SOCIAIS.
OS PROBLEMAS DE HOJE, A MEU VER, NÃO SE PRENDEM A PSEUDAS ELITES E OLIGARQUIAS E SIM AO BAIXO NÍVEL MORAL DA SOCIEDADE ATUAL, COMO UM TODO.
O MUNDO GLOBALIZADO APRESENTA UM MODELO ONDE O "TER" ESTÁ ACIMA DO "SER", CORREMPENDO OS ASPECTOS MORAIS QUE DEVERIAM NORTEAR OS ATOS E DECISÕES DE CADA INDIVÍDUO.
QUERO FRISAR QUE NÃO ME PRENDI EM CONCATENAR ESSE ESCRITO, COMO VEJO...SÓ ESCREVI.
ENQUANTO A SOCIEDADE DER VALOR AO MATERIAL SOBRE O ESPIRITUAL, CONTINUAREMOS A VER E OUVIR CHOROS E RANGER DE DENTES, INDEPENDENTEMENTE DE CLASSE SOCIAL.
Caríssimo Luiz: agradeço teres a paciência de ler este meu texto simplório e fico feliz de ver alguem discordando de forma tão respeitosa como você. Mantenho tudo o que disse e acrescentaria os elementos que você mencionou no que diz respeito a moralidade e a espiritualidade vigentes. Entretanto, há problemas materiais e políticos para os quais não consigo deixar de rosnar. É isso.
Se puder, deixe um e-mail de contato.
Abraço
haushuasu eu gostei dos textículos, têm bastante conteúdo. Tanto, que eu não tenho nem como discutir, por ser medíocre, sempre concordo com eles, e eles passam a ser verdade absoluta! ( quando são assim, bem escritos )
o nome disso, é pessoa boi! ou seja, a que pasta mesmo!
ainda mais quando se trata de política, sabe o que eu vou fazer com os meus votos? isso! copiar os da minha avó, pelo menos não vão ser nulos, serão de alguém que sabe mais do que eu sobre política.
e pra mim, vai continuar ótimo, até que alguém me force a segurar copos de plástico feios e cafonas!
¬¬ beijos amica!
Obviamente a vida na Europa do século XVIII é incoparavel aos dias de hoje.
Sabendo também que os impostos da época não seriam jamais aplicados a qualquer serviço ao povo, as riquezas iriam para o bolso da nobreza, diferente do que ocorre (ou ao menos deveria ocorrer) nos dias de hoje, onde a verba gerada via imposto nos da algum retorno, porem hoje com o poder que as oligarquias e as empresas possuem, o dinheiro acaba indo ,lamentavelmente, da mesma forma para os que possuem o poder.
Receio que tenhamos de adotar a guilhotina em breve...
Seria muito interessante!
No mundo das aparências ser é mais importante do que estar, é possivel ser sem estar, porém é impossivel estar sem ser, em qualquer lugar seja sempre voce, independente do tempo e do espaço. "não sei quem é o autor" hehehehe, mas assim, nossas cidades são o reflexo do sistema feudal, afinal não temos pontes para chegar ao castelo, mas temos os viadutos, não temos rios nos separando do castelo, mas temos os muros e as cercas elétricas do dos condominios fechados, não temos os "olheiros" no alto das torres do castelo, não temos o guarda de plantão na portão mas temos as microcameras, esparrramadas pelo centro, identificando quem entra e quem sai. Afinal toda essa segurança é para proteger o que de quem? ou quem do que? dizem que a história se repete, na primeira como farsa, na segunda como tragedia. É assim mesmo, eles ficam lá encastelados, nas negociações de gabinete, sendo os "donos do feudocidade" mas então, a cada quatro anos, eles saem do alto de seus saltos e se misturam ao populacho, pedindo votos, estendendo a mão, e depois tendo a desculpa da gripe suina aviaria que eles mesmo criaram, lavam suas mãos no alcool. e sabe o que é pior: ser ou não ser? bem nós não somos, nós estamos, "não sou eu" afinal o mundo é diferente da ponte, digo viaduto prá lá!
Caro João: sou a favor de câmeras em todos os lugares , inclusive no gabinete do Juíz e do Presidente da República.
Creio eu, que toda comparaçao deve ter e tem seus limites mas, acho que os limites foram respeitados. O Texto reflete sobre o que é necessário e pertinente no momento atual.
Ótimo texto. Fiquei aqui pensando: No que posso discordar do Ruba desta vez? ;P hahaha brincadeira. Infelizmente vc tem razão no que diz. O dinheiro continua retornando para as elites e eu duvido que isso vá mudar tão cedo (se é que vai mudar um dia...) Acho que não tenho nada mais a acrescentar, faço das suas palavras minhas.
Só tenho a dizer que você soube muito bem fazer esta comparação. Um abraço.
Beto Bala, acho que vivemos um momento muito interessante, apesar de o Governo Lula não refletir os "sonhos" de nossa época "militante". Confesso que pagar impostos não agrada a ninguém, especialmente se pensarmos que nós, pobres trabalhadores, pagamos proporcionalmente muito mais, e recebemos muito menos benefícios. Mas a solução não é ir contra os impostos, como você bem frisa, mas contra governos de direita que destinam a maior parte da arrecadação aos interesses da elite econômica e as migalhas restantes ao povão, a fim de evitar convulsões sociais. Ouço as falas de Serra e seu séquito e só ouço rancor contra o que há de popular no Governo Lula. Por isso, voto na Dilma (sempre que a Veja estampar um candidato com cara do bonzinho na capa, voto contra! rss).
Abraço!
PS: seu texto "tá bãozinho"!
Alô Alô Terezinha!
"Peço ajuda dos universitários" (risos).
Jefhcardoso do
http://jefhcardoso.blogspot.com
Se alista nas FARC. O dia que vc for me chama, sirvo de tradutora pra "hablar con los hermanitos", rsrsrsrsrs
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